top of page


FACES DA VIOLÊNCIA DE GÊNERO

Por Luísa Alves e Olívia Diniz
19 out. 2021

Piadas com teor sexual, abraços forçados, ameaças, manipulações, beijo sem permissão, relação abusiva de poder no trabalho… esses são alguns dos tipos de violência que as mulheres vivenciam durante suas vidas. Seja física, psicológica, patrimonial, sexual ou moral, a violência contra a mulher possui diversas facetas que escancaram o muro sustentado pelo machismo e pela discriminação de gênero.

 

Mesmo ocupando mais espaços, ser do gênero feminino no Brasil ainda é um desafio. Em 2020, uma em cada quatro mulheres brasileiras acima de 16 anos sofreram algum tipo de violência em meio a pandemia de Covid-19, segundo pesquisa do Instituto Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

 

Também segundo dados do FBSP, a cada 10 minutos, um crime sexual é registrado no Brasil. Além disso, pesquisa realizada pelo Instituto Patrícia Galvão e Instituto Locomotiva indica que 97% das mulheres já foram vítimas de assédio em meios de transporte e 76% já sofreram violência e assédio no trabalho.

 

Os números são alarmantes, o que escancara falhas na concretização de políticas públicas de proteção e prevenção. Muitos desses casos tiveram grande repercussão midiática. O caso de Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, foi um destes.

 

Em 2008, Eloá foi mantida em cárcere privado por Lindemberg Alves, de 22 anos, que com ciúmes e descontrole manteve sua namorada em sua vigia com ameaça e violência. Ela ficou nesta situação por 5 dias, atraindo a imprensa nacional, a qual fez uma cobertura inadequada e exploradora da situação de risco.

 

Por fim, a história se finalizou tragicamente, com incompetência e inadequação da polícia no momento de lidar com a situação e dos órgãos de proteção à mulher na prevenção.

 

Outro caso que recebeu intensa atenção midiática, é o de Mariana Ferrer, de 23 anos. Mariana recorre na justiça desde 2018 em busca da condenação de André Camargo de Aranha, acusado de estuprá-la durante uma festa no Café de La Musique, na cidade de Florianópolis.

 

Apesar de apresentar evidências adequadas para provar a violência supostamente cometida por André, Mariana é silenciada nos julgamentos, e sua história é manipulada e distorcida por discursos machistas e patriarcais.

 

Estes casos citados são simbólicos para a luta contra a violência de gênero no Brasil. Diariamente mulheres são vítimas de violência, custando-as, inclusive, a própria vida. A mobilização nacional com o fim de combater estas situações tão frequentes e constantemente apagadas e atenuadas pela sociedade é essencial para que as mulheres possam ter emancipação e liberdade para usufruir do seu direito à vida.

 

No Brasil, mulheres de diversos âmbitos buscam desenvolver projetos que incentivem a discussão sobre essa mazela da sociedade brasileira. É relevante salientar importantes projetos formulados por mulheres que buscam alcançar um objetivo em comum: o combate à violência de gênero.

 

Os projetos Justiceiras, Todas por Ela e Acolhidas atuam nessa luta prestando atendimento e auxílio às mulheres vítimas de violência em diferentes ambientes. Cada projeto possui seu âmbito de alcance e finalidades similares. Caso seja necessário, entre em contato!

bottom of page